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Política

Apoio do agro a Bolsonaro em 2018 foi questão de momento, diz presidente da CNA

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O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins da Silva Júnior, disse nesta quarta-feira, 8, que o apoio do agronegócio a Jair Bolsonaro em 2018 foi pontual e pode não se repetir em 2022. Segundo ele, naquela eleição houve “algumas manifestações (de apoio do agronegócio ao presidente), mas eu acho que foi uma questão de momento”. Martins disse ainda que a entidade apresentará reivindicações a todos os candidatos presidenciais nas próximas eleições.

“A CNA, em minha gestão, nestes últimos anos, foi apolítica e continuará a ser apolítica (…). Nós entendemos que houve algumas manifestações, mas eu acho que foi questão de momento”, disse ele numa entrevista coletiva a jornalistas. “Eu acho que o que o setor tem (de fazer) é preparar um material, mostrar o que são as deficiências que existem hoje e o que é que nós queremos do próximo governo. E apresentar para todos os candidatos”, disse Martins.

A CNA é a principal entidade representativa do setor do agronegócio, e é tradicionalmente comandada pelos grandes produtores rurais. Antes de Martins, a entidade foi presidida pela senadora Kátia Abreu (Progressistas-TO), de 2008 a 2015.

Nos últimos meses, o setor vem recebendo uma série de más notícias: no terceiro trimestre de 2021, o valor movimentado pela agropecuária caiu 8%, puxando para baixo o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Além disso, a restrição da China à entrada de carne brasileira fez com que a exportação do produto brasileiro caísse 43% em outubro deste ano – o gigante asiático é o maior comprador da proteína animal brasileira.

Na entrevista a jornalistas, o presidente da CNA disse ainda que a ligação da entidade com o governo Bolsonaro se dá em torno de pautas, não de uma afinidade ideológica ou política. “Com este governo, nossa ligação não é de política partidária, é política classista”, disse ele. “O que nós pedimos deste governo? Temos problemas de escoamento da produção, de infraestrutura. Temos de mudar leis, e temos a Frente Parlamentar (da Agropecuária, a FPA) que intermedia essas questões (no Congresso)”, disse.

Divisão do agronegócio ficou evidente no 7 de Setembro
A divisão entre diferentes alas do agronegócio ficou clara em meados deste ano, quando o presidente Jair Bolsonaro convocou seus apoiadores para protestos em Brasília e em São Paulo no feriado do Dia da Independência, em 7 de setembro.

Uma parte do setor apoiou a realização dos atos, enquanto outros produtores criticaram os protestos, nos quais o presidente Jair Bolsonaro insultou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ameaçou descumprir decisões da Corte.

Numa gravação que viralizou no WhatsApp e em outras redes sociais, o cantor sertanejo Sérgio Reis convocou os caminhoneiros para participar do ato que iria “parar o país”. Segundo Reis, o grupo iria entregar uma série de reivindicações ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), incluindo o voto impresso para as eleições de 2022 e a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

“Os plantadores de soja vão pôr as colheitadeiras nas estradas, ninguém pode andar, nem carro particular, nem ônibus. Todos estão sendo avisados”, disse Reis. A gravação foi feita na sede da Aprosoja Brasil, a associação que representa os produtores da leguminosa, após uma reunião de Reis com os dirigentes da entidade, inclusive o presidente, Antonio Galvan. O suposto caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, também estava no encontro.

A Aprosoja também apoiou a realização dos atos em Brasília e em São Paulo – o que gerou críticas. Ex-ministro da Agricultura e um dos maiores produtores de soja do Brasil, Blairo Maggi criticou Galvan. “A minha posição é contrária à do presidente Antônio Galvan. A nossa entidade de classe não tem que participar desse tipo de manifestação. Não podemos defender as pautas do presidente (Jair Bolsonaro), e sim as bandeiras da nossa categoria”, disse ele a um jornal de Cuiabá (MT).

“Repito, o Galvan é livre para defender politicamente o que ele quiser. Mas que ele faça isso enquanto cidadão e não como entidade”, afirmou ele. Outros empresários do agronegócio também foram contra o apoio aos atos de 7 de Setembro.Estadão Conteúdo

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Política

Lula: “Tenho um compromisso de fazer este país voltar a crescer economicamente”

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou o compromisso do Governo Federal com a expansão da economia brasileira, focando na reindustrialização e na sustentabilidade, nesta terça-feira, 27 de fevereiro, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no programa “É Notícia”, da RedeTV!.

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Política

Mesmo liderando as pesquisas, Bruno Reis irá para os debates televisivos? Veja o artigo da articulista política Fernanda Dourado da Tribuna da Bahia

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Que o prefeito de Salvador, Bruno Reis, do União Brasil, é, sim, o franco favorito à reeleição não é novidade para ninguém. Contudo,  há uma dúvida que paira no ar. O gestor, da primeira capital do Brasil, irá para os debates televisivos? Eis a questão. O chefe do Executivo municipal está liderando as pesquisas e, claro, certamente, o seu desempenho no debate irá aumentar o seu percentual eleitoral ou até diminuir. Este meu questionamento está precipitado? Claro que não. Xadrez e política não são meras coincidências. No xadrez e na política, antever os movimentos futuros é a base da vitória.

Em 2022, o  candidato ao governo do estado, ACM Neto, secretário do União Brasil, que liderava as pesquisas na época, ficou em dúvida, segundo informações de bastidores, se iria ou não para o embate televisivo da TV Bahia, Rede Globo, até o último momento. Contudo, a maioria do clã político do secretário do União Brasil, segundo uma fonte política, optou pela ida do ex-prefeito de Salvador ao enfrentamento. E, claro, deu no que deu.

Neto foi e virou alvo. No debate, os opositores dele se alinharam e fizeram até uma dobradinha contra ele. Este foi o motivo de Neto perder a eleição? Obviamente não. Mas, certamente, os indecisos, ACM Neto não conquistou.

Apesar de ser considerado um excelente orador, ter dados estatísticos que melhoram qualquer oratória e experiência televisiva, o ex-democrata, se mostrou nervoso e apático, em meio ao bombardeio dos adversários, chegando ao ponto de até falar no ar que armaram para evitar perguntas para ele.

ACM Neto foi de encontro a muitos candidatos que lideraram as pesquisas e optaram por não comparecer ao debate. Em  julho de 1987, a ausência do líder em intenções de votos Fernando Collor de Mello (PRN) esvaziou o primeiro dos cinco debates promovidos pela Band entre os principais candidatos à Presidência da República. Em 1987, o presidente Lula, que liderava as pesquisas, também participou do debate da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E, assim, por diante, diversos líderes de pesquisas preferem ou não ir ou escolher o qual irá.

Agora um fato interessante que aconteceu em 2022 na Bahia, e, que voltará  acontecer, na é o enfrentamento nas urnas e, também, televisivo entre ex-amigos e ex-aliados.

Em 2022, ACM Neto e João Roma, presidente do PL e ex-amigo e ex-aliado de Neto por 20 anos, disputavam o governo e se enfrentaram no debate televisivo e chegaram até a fazer  revelações e acusações pessoais durante o debate, algo, inclusive, constrangedor para quem assistia o embate.

Em 2024, Bruno Reis e o vice-governador, Geraldo Júnior, que, também, são ex-amigos e ex-aliados irão se enfrentar na disputa pelo Palácio Thomé de Souza. Se Bruno irá ou não para o debate, não sei. Mas, certamente, há uma expectativa muito grande para este embate de ex-aliados que caminharam juntos por 20 anos, mas que hoje estão em campos opostos disputando a mesma cadeira.

Artigo publicado na Tribuna da Bahia.

*Fernanda Dourado é apresentadora e repórter da TV Alba – emissora da Assembleia Legislativa da Bahia; Editora-Chefe do site Bahia Repórter. Escreve neste espaço às quartas-feiras

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Política

Sandro Régis: “O cacau não pode viver nessa montanha russa de emoções”

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(Por Sandro Régis- deputado estaduall)

Sou produtor e neto de produtor de cacau e conheço bem as dores e as alegrias de quem planta e investe no “alimento dos deuses”.

Neste 26 de março – Dia Nacional do Cacau – estamos vivendo um momento muito positivo para a lavoura cacaueira com a alta dos preços no mercado internacional, mas as últimas décadas não foram nada fáceis. Muitos produtores que celebram a boa fase de agora sentiram na pele os prejuízos devastadores da vassoura de bruxa nos anos 90. A verdade é que muitos ainda sentem o peso de dívidas milionárias que ficaram pelo caminho.

Bancos e governos soltaram a mão dos produtores no momento mais difícil. As medidas tomadas até aqui nunca cumpriram a função efetiva que poderiam para reerguer centenas de famílias que dedicaram suas vidas e recursos a essa cultura. Como amante e defensor do cacau, devo dizer que quem conseguiu se reerguer o fez por méritos próprios.

Infelizmente, muitos ainda hoje estão atolados em dívidas contraídas a partir de financiamentos que antecederam a vassoura de bruxa. Com a lavoura devastada e sem horizonte, o que restou foi o sabor amargo da falência e a bola de neve de dívidas que praticamente não parou de crescer.

Até mesmo o programa de crédito rural que tinha a finalidade de combater a praga ou os impactos dela acabou deixando um rastro acentuado de dívidas de R$ 87 milhões, segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional.

É mais que urgente uma iniciativa eficaz dos poderes públicos para restabelecer a dignidade e o vigor que o mercado cacaueiro necessita. Nesse sentido, me associo ao projeto de lei do senador baiano Angelo Coronel que propõe o novo programa de reestruturação da região cacaueira da Bahia, o Renova Cacau, com objetivo de fazer a remissão de dívidas oriundas de operações de crédito rural contratadas em instituições financeiras federais estaduais que tinha uma prerrogativa inicial de combater a vassoura de bruxa no estado da Bahia.

Muito além de zerar a conta, que para muitos ficou praticamente impossível de pagar, esse projeto de lei traz de volta a dignidade do homem do campo, já que esses produtores foram, antes de tudo, vítimas de uma devastação sem precedentes e não podem ser condenados a serem tratados nessa condição de devedores.

Esse novo momento do cacau, todavia, só reforça o imenso potencial produtivo dessa cultura, que tem a capacidade de gerar emprego e renda para milhares de pessoas em centenas de municípios baianos. Isso demanda a execução de políticas públicas para dinamizar e proteger o presente e o futuro das nossas lavouras. Afinal, o cacau não pode viver nessa montanha russa de emoções.

* Sandro Régis é deputado estadual, produtor rural e integrante da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia

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