“Quando a gente se fecha numa caixinha de direita ou de esquerda, a gente se fecha para muita ideia boa, que vem de um lado ou de outro”. Esta foi uma das declarações do apresentador, Luciano Huck, em um vídeo divulgado em suas redes sociais – onde ele se intitula como ambidestro, ou seja, não é de direita, nem de esquerda.
A declaração de Luciano Huck causou um grande alvoroço nas plataformas e, claro, muitos ataques. Tanto esquerdistas, quanto direitistas criticaram o posicionamento do comunicador. Durante dois dias consecutivos, o apresentador ficou nos principais tópicos dos assuntos mais comentados do X, o antigo Twitter.
Mas por que uma pessoa precisa se declarar de esquerda ou de direita? Como deixou registrado o filósofo e escritor Friedrich Nietzsche, “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”.
Esta divisão entre dois polos prejudica imensamente a democracia – já que quando se fala da política contemporânea é cotidiano ouvirmos falar também de polarização.
A menos de seis meses da eleição, o clima de polarização política já volta às ruas, e, também às redes sociais e nos grupos de WhatsApp.
O fato é que, sem dúvida alguma, não há como dividir a política em dois grandes blocos. Vale enfatizar que este tema é muito mais complexo e melindroso do que se imagina.
É realmente necessário escolhermos um lado ou outro? Será que a divisão direita e esquerda ainda se enquadra na atualidade?
Defender uma posição esquerdista não define uma pessoa ter ideologia de esquerda. Da mesma forma, a direita.
Vale ressaltar que quando as pessoas estão divididas em extremos opostos, o diálogo, muitas vezes, é doloroso e até agressivo.
Políticos, lideranças, partidos e grupos mais extremistas, claro, se nutrem do descontentamento e da intolerância política para ganhar mais apoio a suas ideias.
Quem procura ficar fora destes dois grupos, explanando outros objetivos, projetos, visões não é visto com bons olhos por direitista e esquerdistas. Admitir que a direita e a esquerda tem virtudes e falhas, é na grande maioria das vezes intitulado como “isentão”.
*Fernanda Dourado é apresentadora e repórter da TV ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia; Editora-Chefe do site Bahia Repórter. A especialista, também, é consultora política. Escreve neste espaço às quartas-feiras; Instagram e TikTok: @fernandadouradoreporter