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Paulo André recebe dinheiro do Bolsa Atleta enquanto participa do BBB

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Enquanto participa do BBB (Big Brother Brasil), o velocista Paulo André, 23, recebe incentivos do governo federal. Confinado na casa onde é realizado o reality show da TV Globo, ele está sem treinar ou competir, porém continua tendo verbas como a do programa Bolsa Atleta.
 

Uma das principais esperanças do atletismo brasileiro na tentativa de completar a prova dos 100 m em menos de dez segundos, o capixaba é contemplado também por iniciativas do governo do Espírito Santo -é residente de Vila Velha.
 

Paulo André é ainda terceiro-sargento da Marinha. Ele recebe salário como parte do programa das Forças Armadas para atletas de alto rendimento.
 

Pelo Bolsa Atleta federal, programa destinado a dar aos esportistas “condições mínimas para que se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento e às competições”, ele ganha R$ 1.850 por mês. Do programa Bolsa Atleta Capixaba, são mais R$ 2.000. O soldo para a patente que ocupa na Marinha é de R$ 4.700 mensais.
 

O BBB leva também R$ 1.650 por mês por integrar a seleção permanente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). A confederação ainda oferece auxílio com hospedagem, transporte, alimentação e plano de saúde.
 

A seleção é atualizada a cada seis meses, tempo de duração do incentivo. A CBAt afirmou que a próxima revisão está prevista para fevereiro e que o critério é a pontuação no ranking mundial. Paulo André pode perder seu lugar, já que está sem competir.
 

Também por estar isolado, ele ficará de fora das equipes que a confederação vai levar para a disputa do Campeonato Sul-Americano Indoor de Atletismo, que ocorrerá em 19 e 20 de fevereiro, em Cochabamba, na Bolívia.
 

Caso permaneça no reality show até o seu final, em abril, e não perca os auxílios, o atleta receberá cerca de R$ 30 mil em três meses. Sem qualquer contato com seu treinador.
 

Procurado, o empresário de Paulo André, Basílio Emídio, afirmou que nunca esteve nos planos a participação nas disputas em pista coberta do primeiro semestre. Segundo o agente, “isso já estava decidido antes da proposta de ir ao programa”, e há competições previstas para o segundo semestre.
 

“Todos os benéficos do que o atleta Paulo André Camilo de Oliveira recebe são devido aos resultados conquistados na temporada 2021 […] O atleta não abandonou sua carreira atlética dentro das pistas. Apenas viu [o BBB] como oportunidade única de crescer sua imagem”, disse Emídio.
 

Questionada, a Secretaria de Esportes do Espírito Santo informou que “está avaliando quais medidas serão tomadas diante da situação”. A Secretaria de Esporte do governo federal afirmou que “vai definir a situação do pagamento do Bolsa Atleta após análise jurídica do caso”, mas não deu prazo para isso.
 

Já a Marinha disse esperar resposta do setor de subsídios e não voltou a responder. A Nike, apoiadora do atleta, respondeu que não comenta contratos de patrocínio.
 

O velocista está na categoria “internacional” do Bolsa Atleta federal. Ele chegou a ser selecionado para a categoria “pódio”, que paga R$ 8.000 por mês, mas não entregou a documentação necessária para ser contemplado.
 

De acordo com seu empresário, foi uma escolha. Segundo Emídio, a duração do benefício “internacional” era de 12 meses, dez a mais do que o previsto na categoria “pódio”. Assim, na ponta do lápis, fez-se a opção pelo benefício menor e mais duradouro.
 

O anúncio de que Paulo André participaria do reality show da TV Globo pegou de surpresa CBAt, COB (Comitê Olímpico do Brasil) e Marinha. Nenhuma das entidades foi previamente avisada sobre a decisão.
 

No BBB, o capixaba fica fora da temporada indoor do atletismo mundial, que ocorre durante o inverno do hemisfério norte, e perde meses de treinamento. Ganha, por outro lado, visibilidade e a possibilidade de explorar sua imagem, algo que pode lhe render mais dinheiro do que as premiações esportivas.
 

Ele já soma 2,3 milhões de seguidores no Instagram. Na semana passada, foi citado pela cantora Anitta, que recomendou à participante Jade que investisse romanticamente no esportista: “Se não pegar esse bofe, eu vou invadir a casa e roubar para mim”.
 

Antes de entrar no BBB, Paulo André já atuava como modelo. E tentava conciliar essa carreira com o trabalho nas pistas.
 

O início como velocista foi muito promissor, e ele chegou a completar a prova dos 100 m em 9s90, em 2019 -a marca não foi homologada como o recorde sul-americano porque o vento estava a seu favor e acima do limite. Seu melhor desempenho contabilizado é de 10s02.
 

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, porém, ele esteve bem distante disso. Parou nas baterias semifinais, com 10s31, e ficou na 23ª colocação. Emocionado, afirmou ter cometido erros e prometeu trabalhar para melhorar. Até onde se sabe, disputar as Olimpíadas de Paris, em 2024, está em seus planos.
 

Paulo André tem no currículo o título do Pan-Americano de Lima, em 2019, no revezamento 4 x 100 m. No mesmo ano, estabeleceu com o Brasil o recorde sul-americano dessa prova. Na disputa individual no Peru, ficou com a medalha de prata.
 

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