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Política

PF silencia e defesa de Lula evita polêmica sobre alegado grampo em sofá de petista

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Tanto a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a Polícia Federal, que estavam em campos opostos durante o auge da Operação Lava Jato, evitam se posicionar a respeito do relato de que houve a instalação de uma escuta ilegal na casa do petista em 2016.

A afirmação sobre a escuta está na nova biografia de Lula, escrita pelo jornalista Fernando Morais, mas nunca foi questionada às autoridades pelos advogados do ex-presidente —o que é incomum diante de diversas e reiteradas manifestações feitas à Justiça pela defesa nos últimos anos.

Segundo Morais, em março de 2016, ao realizar buscas no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo, a Polícia Federal instalou embaixo do sofá da sala, grudado com velcro, um discreto microfone para escutas clandestinas.

O dispositivo, diz o biógrafo do ex-presidente, foi encontrado numa varredura realizada poucas horas após a saída dos agentes e desativado antes mesmo de começar a operar. A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula confirma o que está no livro.

A defesa de Lula, no entanto, prefere não comentar o relato do texto. Fernando Morais tem dito que os advogados nunca questionaram as autoridades sobre o grampo porque não tinham provas para vinculá-lo à ação policial, o que os advogados não confirmam.

“Na condição de advogados do ex-presidente Lula, traçamos uma estratégia jurídica que contemplou o apontamento de inúmeras ilegalidades e que se mostrou correta e vitoriosa, razão pela qual não faremos neste momento qualquer comentário fragmentado de desvios ou abusos praticados ao longo da autointitulada operação ‘lava jato’”, disse, em nota, o advogado Cristiano Zanin Martins.

À época das buscas, quando houve também a condução coercitiva do ex-presidente, a defesa divulgou nota destacando outros pontos.

Dizia que “houve, inegavelmente, grave atentado à liberdade de locomoção” de Lula, e a tentativa de vinculá-lo ao esquema de corrupção na Petrobras “apenas atende anseio pessoal das autoridades envolvidas na operação, além de configurar infração de dever funcional”.

O PT, partido do ex-presidente, também não repercutiu o assunto no período. De acordo com a assessoria de Lula, o partido não sabia da escuta à época dos fatos.

A Polícia Federal, também procurada pela reportagem, não quis se manifestar sobre o conteúdo do livro.

Além disso, a entidade não quis falar de outro assunto publicado na biografia: o suposto uso de câmeras secretas para monitorar o que acontecia dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em 2018, antes de Lula se entregar.

Morais diz que a polícia havia infiltrado no sindicato “não um nem dois, mas vários agentes” e que eles captaram com pequenas câmeras tudo o que ocorria no local, acompanhadas em tempo real pela superintendência da corporação em São Paulo.

Também diz que um resumo dessas transmissões era repassado ao então juiz Sergio Moro, em Curitiba.

O livro, lançado pela Companhia das Letras, reconstitui em detalhes o período de 580 dias que o líder petista passou em Curitiba e revê sua trajetória da infância pobre às greves dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo e à fundação do PT.

Deixa, porém, em segundo plano as acusações feitas pela Operação Lava Jato contra ele.

Lula foi condenado pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em três instâncias do Judiciário por causa do apartamento em Guarujá (SP), que a empreiteira OAS afirmou ter reformado para ele.

A condenação o impediu de disputar as eleições de 2018, quando o presidente Jair Bolsonaro foi eleito.

No início deste ano, o Supremo Tribunal Federal anulou essa ação e outras três movidas contra o petista, após concluir que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial na condução dos processos. Desde então, Lula se livrou de mais de uma dezena de ações, sem que se discutisse o mérito das acusações.

Atualmente, Lula se prepara para uma nova candidatura à Presidência da República em 2022, e o PT tenta reconstruir a imagem do partido. O partido lançou um livro e uma ofensiva de comunicação que visam rechaçar a associação de casos de corrupção à legenda e ao ex-presidente.José Marques, Folhapress

Política

Alexandre de Moraes determina prisão de Fernando Collor de Mello

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta quinta-feira, 24, a prisão do ex-presidente da República Fernando Collor de Mello.

Collor foi condenado em 2023 pelo Supremo por corrupção na BR Distribuidora. Os ministros entenderam que o ex-presidente recebeu 20 milhões de reais para viabilizar irregularmente contratos da estatal.

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Política

Ivana Bastos e Fátima Nunes: duas mulheres, um marco no Parlamento da Bahia; Veja o comentário da articulista da Tribuna da Bahia Fernanda Dourado

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( Por Fernanda Dourado) – artigo publicado nesta quarta-feira (23) na Tribuna da Bahia


Há pouco mais de um mês, a Assembleia Legislativa da Bahia viveu um marco que deve ser registrado com respeito e celebrado com consciência histórica: a deputada Ivana Bastos tornou-se a primeira mulher a presidir o Parlamento baiano em quase dois séculos de existência. Na sequência, a deputada Fátima Nunes assumiu a 1ª vice-presidência da Casa, também como a primeira mulher a ocupar esse posto.


Essas duas vitórias não representam apenas uma mudança institucional — elas simbolizam uma virada de página na história política da Bahia.
Sensibilidade, firmeza, escuta ativa, equilíbrio e visão coletiva — tantas vezes subestimadas quando associadas ao feminino — hoje são qualidades centrais na condução da ALBA. Qualidades que ganham protagonismo legítimo através de duas mulheres que representam, com competência e integridade, o que há de mais promissor na política atual.


A presidenta Ivana Bastos conduziu sua transição com elegância, empatia e respeito à história da Casa. Sua postura sempre cautelosa e ética reafirma seu compromisso com o diálogo e com o bem público.
A deputada Fátima Nunes traz ao plenário a força da mulher sertaneja, com posições firmes, voz ativa e profundo respeito entre os colegas. Sua atuação, especialmente na Comissão dos Direitos da Mulher, é marcada por coerência, coragem e compromisso com as causas coletivas.


Ver essas mulheres na presidência e vice-presidência da ALBA é um símbolo potente — especialmente quando contrastado com a própria história do Brasil.
Há menos de 100 anos, mulheres sequer podiam votar.


Foi somente em 1932, com o Decreto nº 21.076, que o voto feminino foi oficialmente reconhecido — e, mesmo assim, de forma facultativa e dependente da permissão do marido para muitas brasileiras.
A igualdade política plena só foi garantida em 1965, quando o voto feminino passou a ser um dever cívico, como o masculino.


Antes disso, a mulher não podia votar, nem ser votada, nem ocupar cargos públicos. A ideia de que pudesse conduzir um Parlamento seria considerada, à época, impensável.
As conquistas constitucionais também vieram em etapas:


• A Constituição de 1934 reconheceu a igualdade de direitos e proibiu a diferença salarial por sexo;
• A de 1946 representou retrocessos, ao eliminar a expressão “sem distinção de sexo” das garantias legais;
• Apenas com a Constituição de 1988 consolidaram-se os principais avanços em igualdade civil, trabalhista, previdenciária e política para as mulheres — inclusive o direito a votar e ser votada, com garantias reais de participação e representatividade.


Hoje, mulheres que antes não podiam sequer sair de casa para votar sem autorização, lideram a principal Casa Legislativa do Estado da Bahia.
Esse avanço não pertence apenas a Ivana Bastos e Fátima Nunes — ele pertence a todas as mulheres que vieram antes, e às que virão. Às que enfrentaram o preconceito, às que abriram caminhos invisíveis, às que resistiram sem reconhecimento.


E hoje, essa virada se personifica em duas mulheres baianas que carregam não apenas os cargos, mas o peso simbólico da reparação histórica:


Ivana Bastos, com sua serenidade e capacidade de escuta, representa o diálogo maduro, o equilíbrio e a sabedoria institucional.


Fátima Nunes, com sua voz firme e coragem de sertaneja, representa a luta, a resistência e a força popular que constrói a política com os pés no chão.
Juntas, elas não apenas fazem história. Elas inspiram o futuro.

Fernanda Dourado é editora-chefe do site Bahia Repórter, consultora e especialista em política, há mais de 20 anos. A jornalista é apresentadora e repórter da TV ALBA  – Assembleia Legislativa da Bahia – onde apresenta programas políticos desde a fundação da emissora.  Escreve neste espaço às quartas-feiras; Instagram e TikTok: @fernandadouradoreporter

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Política

Morre Francisco, o papa de hábitos simples que lutou para mudar a Igreja

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Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, morreu aos 88 anos às 2h35 pelo horário de Brasília, 7h35 pelo horário local, desta segunda-feira (21). As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. 

“O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”, diz comunicado oficial.

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