A presidente do Podemos, Renata Abreu, mira o Sul e o Sudeste como as principais regiões para alavancar a candidatura do ex-juiz Sérgio Moro à Presidência da República.
A aposta é que um pequeno crescimento nessas regiões, sobretudo nos estados mais populosos, como São Paulo, pode representar um acréscimo relevante na disputa.
Segundo Abreu, São Paulo é onde o Podemos tem uma de suas maiores forças, com cinco prefeituras: Osasco, Mogi das Cruzes, Rio Grande da Serra, Taboão da Serra e Itapevi.
No Rio de Janeiro, ela afirma que a intenção é lançar um candidato ao Senado, mas que o nome ainda não foi definido.
Já no Sul, no Paraná, terra natal de Moro, a aposta será na reeleição do senador Alvaro Dias (Podemos). No Distrito Federal, Abreu quer lançar o senador Reguffe ao governo.
Apesar do investimento nas regiões onde Moro já vai melhor, o Podemos quer que ele siga o giro no Nordeste e também fará esforço por palanques na região.
O Podemos tem Eduardo Braide, prefeito de São Luís, capital maranhense, por exemplo, e aposta que lá Moro poderia pontuar melhor.
A presidente da legenda diz que o momento é justamente de reunir o partido e ajustar as candidaturas em cada região, enquanto Moro também faz um giro pelo país e mira segmentos específicos para alavancar a candidatura.
As próximas viagens do pré-candidato à Presidência serão para Ceará, Piauí e Espírito Santo. Na semana passada, Moro já esteve pelo Nordeste. Nesta semana, ele foi ao Rio de Janeiro, a Brasília e a São Paulo.
Moro desembarcou em Brasília onde conversou com o economista Marcos Cintra pelo telefone. Cintra é ex-secretário da Receita Federal do governo Bolsonaro e planeja apresentar um plano econômico ao ex-juiz.
O pré-candidato também conversou com o núcleo que elabora o plano de governo voltado para a Amazônia, que é coordenado pelo economista Affonso Celso Pastore, com o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos) e com coordenadores estaduais do Podemos.
Em São Paulo, Moro se reuniu com o grupo de especialistas em direito que o ajuda a elaborar propostas de mudanças para o Judiciário.
Na segunda (10), no Rio de Janeiro, o ex-juiz encontrou-se com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. Apesar da reunião, o ministro aposentado da corte não pretende apoiar o ex-ministro da Justiça porque o vê com desconfiança.
Barbosa desaprova a aproximação do pré-candidato com procuradores da Lava Jato e militares e também é crítico da decisão de Moro de largar a magistratura e ter assumido o Ministério da Justiça de Bolsonaro.Julia Chaib/Folhapress