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Política

Na política, é proibido cochilar; Veja o comentário da articulista política da Tribuna da Bahia, Fernanda Dourado

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O prefeito de Salvador e candidato à reeleição, Bruno Reis, e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que foi candidato ao governo do estado em 2022, cochilaram no primeiro turno em Salvador há dois anos. Neto, que foi eleito por oito anos, consecutivo, o melhor prefeito do Brasil e tinha nas mãos do seu maior aliado a “máquina da prefeitura”, não conseguiu obter o êxito eleitoral que esperava em Salvador no primeiro turno.


Nos bastidores, políticos netistas não se preocuparam muito com o interior – já que apostavam que no primeiro turno Neto teria mais de um milhão de votos na primeira capital do Brasil! Mas a explosão de votos não veio na primeira etapa!


Aí veio a frustração eleitoral. Como o ex-gestor que teve o melhor desempenho administrativo entre as 12 capitais pesquisadas pelo Ibope, tinha uma aprovação de 85% e ainda elegeu o seu sucessor no primeiro turno com 64,2% dos votos válidos- não conseguiu uma votação expressiva em Salvador? Respondo!


Bruno e Neto cochilaram! Em 2022, ACM Neto estava disparado nas pesquisas. E, claro, não imaginava, de forma alguma, que poderia ser derrotado por um político que sequer tinha disputado um cargo público, inclusive, aliados já diziam que para conseguir falar com o ex-gestor já não era tão fácil e até os assessores, muitas vezes, já ignoravam a  imprensa.


A certeza da vitória antes da apuração, sem dúvida, é o maior dos pecados políticos. Digo e repito: Política não é matemática. As mesmas decisões políticas, não darão jamais os mesmo resultados.
Para deixar claro o que estou dizendo aqui apresentarei os números da apuração em Salvador em 2022.


No primeiro turno em Salvador, o então candidato ACM Neto recebeu 52,79% dos votos (783.749 votos). Ele obteve 236.218 votos a mais que o governador eleito, Jerônimo Rodrigues.  A expectativa de um milhão de votos, não vingou. Aí veio o “baque” eleitoral!


Após o “baque” eleitoral e a necessidade de disputar o segundo turno por apenas 60 mil votos a menos, tanto Bruno quanto Neto acordaram do pesadelo do primeiro turno e perceberam que era preciso colocar mais gente nas ruas na segunda etapa. E assim o fizeram! A onda azul nas ruas da capital baiana era visível, equiparando-se até à quantidade de petistas em colégios eleitorais.


No segundo turno, Neto deu um salto e conseguiu  1.013.094 votos, ou seja, 229.345 votos a mais que no primeiro turno. Apesar do despertar, já era tarde para recuperar a votação do primeiro turno. Neto perdeu a eleição!.


Mas e a eleição de Salvador? Provavelmente, ACM e Bruno Reis não tirarão um cochilo sequer e estão de olhos bem abertos desde a derrota de Neto em 2022.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, está disparado nas pesquisas e, provavelmente, manterá, sim, sua hegemonia nas próximas pesquisas – já que não se teve nenhum fato novo.


Mas a política é feita de voltas e reviravoltas que assustam até os mais leigos politicamente. Contudo, a política ainda está morna! Não há  polarização e nem federalização da disputa em Salvador! E  Bruno é, sim, o franco favorito na disputa eleitoral.


Apesar de não ter polarização entre os candidatos,  os soteropolitanos gostam  da disputa eleitoral entre o governo e o município.


Bruno e Neto sabem da importância de manter a prefeitura de Salvador nas mãos da direita – já que Neto tem como objetivo disputar a eleição para o governo do estado em 2026.


Não é à toa que Neto e Bruno estão de olhos bem abertos – já que eles sabem que na política, é proibido cochilar, cochilar, cochilar… parafraseando a música de Os 3 do Nordeste  lançada em 1974, onde dizia que era proibido cochilar no forró, mas acrescento que na política também. artigo publicado na Tribuna da Bahia.

Fernanda Dourado é apresentadora e repórter da TV ALBA  – Assembleia Legislativa da Bahia; Editora-Chefe do site Bahia Repórter. A especialista, também, é consultora política. Escreve neste espaço às quartas-feiras; Instagram e TikTok: @fernandadouradoreporter

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Política

Datafolha: Boulos (23%), Marçal (22%) e Nunes (22%) seguem em empate triplo por SP

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A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (5) mostra o cenário das intenções de voto para a prefeitura de São Paulo inalterado em relação ao levantamento anterior, divulgado no dia 22 de agosto.

Três candidatos continuam tecnicamente empatados: o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), com 23% das intenções de voto; o influenciador digital Pablo Marçal(PRTB), com 22%; e o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), também com 22%.

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Política

O enigma da sucessão na Câmara: Entre a dúvida e o Poder de Arthur Lira

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A corrida pela presidência da Câmara dos Deputados tem sido marcada por incertezas e especulações. O atual presidente, Arthur Lira (PP-AL), prometeu anunciar até o final de agosto o nome de seu candidato à sucessão, mas recuou, deixando o cenário ainda mais nebuloso. O favoritismo de Elmar Nascimento (União Brasil-BA), amplamente cogitado como o escolhido de Lira, começa a ser questionado no Parlamento federal, levantando dúvidas sobre a solidez de sua candidatura, segundo informações de bastidores.

Contudo, esse recuo de Lira pode ser interpretado de várias maneiras. Por um lado, é evidente que ele deseja manter o controle da Casa, com objetivo, claro, de fazer seu sucessor e garantir que, mesmo fora da presidência, continue a dar as cartas. Por outro lado, o adiamento do anúncio sugere que Lira não tem plena convicção na vitória de Elmar, especialmente em um ambiente político tão fragmentado.

A busca por um consenso que evite a fragmentação dos partidos tem se revelado uma tarefa extremamente desafiadora. Embora Elmar Nascimento seja um nome de peso entre os conservadores, ele enfrenta resistência significativa entre os petistas, principalmente, os baianos. Dessa forma, enfraquece sua capacidade de construir uma base de apoio sólida para garantir uma vitória segura. Sua postura assertiva e menos aberta ao diálogo, segundo legisladores federais, não é bem-vista por todos os parlamentares, especialmente os do “baixo clero”, que preferem um líder mais conciliador.

Enquanto isso, outros nomes vão se solidificando, diretamente, como potenciais adversários na disputa. Antonio Brito (PSD-BA), por exemplo, tem a simpatia de grande parte dos governistas, mas enfrenta o estigma de estar sob a sombra de Gilberto Kassab, presidente do PSD, o que levanta receios entre os parlamentares que não desejam ver Kassab exercendo influência direta sobre a Câmara.

A indefinição prolongada de Lira pode também estar ligada ao receio de ver seu candidato derrotado em uma eleição decidida no voto, um desfecho que já ocorreu com seu antecessor, Rodrigo Maia- presidente da Câmara dos Deputados de 2016 a 2021 – que foi desidratado quando deixou o comando do Legislativo.

Lira, ciente de que seu poder tem data para expirar — 2 de fevereiro, quando ocorre a eleição para a presidência da Câmara —, parece estar calculando cada movimento com extrema cautela. Sua estratégia de adiar o anúncio pode ser uma tentativa de ganhar tempo para negociar apoios e garantir que, quando o nome de seu candidato for finalmente revelado, ele tenha chances reais de sucesso.

A questão que fica no ar é: quem será o candidato capaz de reunir os votos necessários para comandar a Câmara a partir de fevereiro? Elmar Nascimento, com seu perfil combativo, ou Antonio Brito, visto como um facilitador do diálogo com o Palácio do Planalto? A resposta a essa pergunta ainda depende de muitas variáveis, mas uma coisa é certa: Arthur Lira está jogando um jogo de alto risco, onde cada decisão pode definir não apenas o futuro de seu sucessor, mas também o seu próprio legado político. Ele sabe que, após deixar a presidência, seu prestígio e poder diminuirão drasticamente. Por isso, aproveita cada momento para tentar angariar mais votos para seu aliado, Elmar Nascimento.

Em 2021, quando Arthur Lira foi eleito presidente da Câmara dos Deputados em 1º turno, obteve 302 votos. Em segundo lugar na eleição, ficou o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), com 145 votos — apoiado na época pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Em 2023, Arthur Lira foi reeleito presidente da Câmara com 464 votos. Vale lembrar que Lira obteve a maior votação absoluta de um candidato à Presidência da Câmara nos últimos 50 anos.

Agora, com seu legado em jogo, Lira busca garantir que seu sucessor seja alguém que possa continuar sua trajetória de influência e poder. A grande questão é: até onde ele está disposto a ir para assegurar essa continuidade? E, se perceber que sua possível escolha pode colocar em risco tudo o que construiu, será que ele terá coragem de mudar sua aposta?

Fernanda Dourado é Editora-Chefe do site Bahia Repórter, consultora e especialista em política, há mais de 20 anos. A jornalista é apresentadora e repórter da TV ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia – onde apresenta programas políticos desde a fundação da emissora. Escreve neste espaço às quartas-feiras; Instagram e TikTok: @fernandadouradoreporter

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Política

Ministro vê resistência de municípios a revisão de benefícios sociais em ano eleitoral

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No comando de programas que são, simultaneamente, vitrines sociais do PT e alvos principais da revisão de gastos, o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) reconhece a preocupação do governo com eventual repercussão negativa das medidas, mas defende o combate às fraudes como forma de melhorar a gestão dos recursos públicos e cumprir regras fiscais.
 

Dias afirma em entrevista à Folha de S.Paulo que, além de Bolsa Família e BPC (Benefício de Prestação Continuada), o Executivo deveria estender a averiguação a outras políticas, como seguro-defeso (pago a pescadores artesanais) e aposentadoria rural.
 

“Por que teve fraude no Bolsa Família e não teve nos outros? Claramente, é a minha visão, teve fraude em todo lugar”, diz.

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