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Política

‘Penso em anular minha delação’, diz ex-deputado que delatou Lula

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O ex-deputado Pedro Corrêa (Progressistas) já era condenado a 7 anos e 2 meses de prisão no mensalão quando foi preso pela Operação Lava Jato, em 2015. A operação levou o parlamentar a mais uma condenação a 20 anos de prisão. Dois anos depois, Corrêa decidiu delatar, e teve seu acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Corrêa continua preso em seu apartamento em Recife (PE) porque não quitou a multa imposta no mensalão. O período de detenção ultrapassa a pena imposta pelo STF em mais de dois anos. O ministro Luís Roberto Barroso tem negado a ele a progressão do regime e o indulto.

Na Lava Jato, Corrêa delatou o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na nomeação de Paulo Roberto Costa à diretoria da Petrobras. Costa confessou repassar valores para o Progressistas. Também acusou o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), de ser uma “máquina de fazer dinheiro” nos esquemas da Petrobras. Hoje, ele não se diz arrependido, mas afirma que jamais faria de novo a delação e pensa em anular seu acordo.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual é a situação atual do sr. em relação ao acordo de delação e o cumprimento da pena?

Preso, ainda. Eu sou um dos últimos. O pessoal deixou pra mim a bronca. Eu não tenho dinheiro para pagar as multas, porque eu não roubei, peguei dinheiro para fazer eleição, mas nunca peguei para mim, nunca encontraram uma conta no exterior, nem patrimônio meu, nada. E não fiz isso só no governo Lula, nem (no governo) Dilma, fiz no Sarney, FHC, Figueiredo, eu fiz em todos os governos. Arrecadava recurso para fazer eleição. Antigamente, a eleição era financiada pela iniciativa privada. Eu sempre fui contra o financiamento público de eleição porque acho absurdo. Você tira R$ 5 bilhões do orçamento do País, da segurança, saúde educação, e você vai pra eleição e perpetua quem está lá, porque os caras que têm mandato são os que têm dinheiro e aí continua os ricos fazendo campanha com dinheiro de caixa 2, e o dinheiro circulando. Se você não tiver dinheiro, não faz eleição. Então, eu não tenho dinheiro. O Barroso resolveu transformar a prisão por dinheiro em prisão perpétua, né? Ele não faz a progressão porque estou devendo.

Esse dinheiro que o sr. pegou, não dava para saber que vinha de contratos públicos?

Claro! Por que um partido político quer nomear presidente do Banco do Brasil? Qual é o interesse do partido no presidente da Petrobras? No BNDES? Lá não dá emprego, você não faz nada disso, mas você faz favor a empresário. Empresário tira uma parte do que ele ganhou e dá a você para fazer política. Era feito assim.

Qual é o valor somado das multas que o sr. deve na Lava Jato e no mensalão?

Nas duas multas, em torno de uns R$ 6 milhões. O que paguei só em advogados deve ter sido perto de uns R$ 2 milhões. Pior que tudo meu está bloqueado. Não posso fazer nada, porque a Justiça está bloqueando tudo. Eu tenho um imóvel em nome de minha mulher, que eu queria vender para pagar os advogados, mas como está em comunhão de bens eu não posso vender porque no registro de imóveis tem lá que tudo que passar no meu CPF é bloqueado na hora.

O sr. se arrepende de ter delatado?

Não me arrependo, porque eu disse o que eu sabia, disse o que tinha conhecimento, e não me arrependo não. Eu, se não tivesse feito a delação, eu tinha anulado tudo. Agora, meu caso é muito pior do que o de Lula. Eu estava condenado já pelo mensalão. Eu fui preso de novo. Eu fui para Curitiba, me colocaram em prisão, ameaçaram prender meus filhos. Então, não é brincadeira, né?

O sr. fez a delação espontaneamente? Por que decidiu delatar?

Eu não fiz a delação na época do mensalão. Você me pergunta. Fez a delação de bom grado? Não, não fiz. Tanto é que eu só fiz a delação depois de oito meses ou nove depois de estar preso. Quando eu fiz a delação, quando começou o aperto em cima da minha família. Não me arrependo, porque eu colaborei dizendo a verdade.

O que foi esse “aperto” em cima de sua família?

Meu filho e minha nora foram ouvidos, foram acusados como réus. Todos foram colocados. Minha mulher. E circulava lá entre os policiais que ia sair a ordem de prisão de meus filhos e minha nora se eu não fizesse a colaboração. 

Como o sr. vê essas anulações acontecendo em processos em que foi delator?

Eu não faria delação de novo porque eu ia anular os processos todos, né? Anularia tudo, como está anulando todo mundo, e anularia tudo, e aí não faria delação. O STF está fazendo o que quer, e no Senado ninguém tem coragem de enfrentar nenhum ministro. Não sei até quando vai acontecer. É uma coisa complicada, a coisa da politização do Judiciário é muito ruim.

O sr. pensa em pedir a anulação desse acordo?

Penso, penso, eu penso nisso, estou esperando o trânsito em julgado caso de Walter Faria para fazer então o meu. Eu vou pensar em fazer a anulação sim.

Por que a anulação do caso Walter Faria te faz pensar em um caminho para anular seus processos?

Na Lava Jato, foi anulado o processo dele, mas tem que transitar em julgado para saber como é que fica, né? Para ter uma posição definitiva, né?Luiz Vassallo / Estadão

Política

Ex-amigos, ACM Neto e João Roma estarão no mesmo palanque em apoio à reeleição de Bruno Reis; Veja o comentário da articulista política da Tribuna da Bahia, Fernanda Dourado

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Não é novidade alguma que o PL daria, sim, apoio, à reeleição do prefeito, Bruno Reis, do União Brasil. Esta “costura” já vinha sendo feita há muito tempo pelo próprio prefeito da primeira capital do Brasil. E Bruno, claro, mais uma vez, se consolida como articulador político nato. Vale lembrar que há dois anos, o PL estava do lado oposto e até lançou o ex-deputado federal, João Roma, que estava em seu primeiro mandato, à disputa ao cargo majoritário pela primeira vez. Na época, segundo informações de bastidores, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, que era candidato ao governo da Bahia, ainda tentou uma reaproximação com o ex-ministro da cidadania, mas sem sucesso.


Sem conseguir fazer uma aliança política, o PL foi para a disputa representado por João Roma
que, inclusive, atrapalhou e muito o sonho de ACM Neto virar governador da Bahia. Além de atrapalhar, o candidato de Bolsonaro na Bahia, tirou votos de ACM Neto (já que ambos são de direita) e, ainda, desferiu ofensas pessoais a ACM Neto, o ex-amigo de 20 anos. João Roma não era apenas amigo de Neto, ele , também, foi chefe de gabinete da prefeitura de Salvador, entre 2013 a 2018, durante maior parte da gestão de Neto. Mas como o próprio presidente do PL, João Roma, falou durante o seu discurso no anúncio do apoio do partido à reeleição de Bruno, “uma régua foi passada nesta história” – já que Roma e Neto têm o mesmo objetivo: reeleger Bruno Reis.

Antes melhores amigos, em seguida, inimigos e agora se tornaram “aliados” e estarão juntos no mesmo palanque defendendo a reeleição de Bruno Reis. Se voltarão a ser amigos, acho pouco provável, já que confidências pessoais foram reveladas, pelos dois, durante o debate televiso em 2022. Mas na política o importante não é manter amizade, mas, sim, ganhar a eleição. Bruno, claro, adquiriu mais tempo televiso – algo muito importante em uma campanha eleitoral.

Além de Roma, Bruno tem ao seu lado diversos integrantes da ala, dentre eles, o deputado federal João Bacelar – que sempre deu apoio irrestrito ao prefeito até quando o PL fazia parte da base do governo, e os legisladores federais: Roberta Roma e Capitão Alden; e, também, os estaduais Leandro de Jesus e Diego Castro.

O PL é presidido por Valdemar Costa Neto e tem como filiado o ex-presidente, Jair Bolsonaro. Durante o anúncio, Bruno fez questão de lembrar que a oposição tentará associar a imagem dele com a do ex-presidente, mas segundo ele, “não irá pegar”. Ele ainda lembrou que já tentaram esta estratégia, em 2020, mas “não deu certo”.Artigo publicado na íntegra na Tribuna da Bahia.

 *Fernanda Dourado é apresentadora e repórter da TV ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia; Editora-Chefe do site Bahia Repórter. A especialista, também, é consultora política. Escreve neste espaço às quartas-feiras; Instagram e TikTok: @fernandadouradoreporter

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Política

Pé-de-Meia paga 2ª parcela de R$ 200 a novo grupo nesta quinta-feira

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Os alunos inscritos no  Programa Pé-de-Meia seguem recebendo a segunda parcela de R$ 200 nesta quinta-feira (2). Desta vez, serão contemplados os estudantes nascidos em setembro e outubro. Os depósitos acontecerão até o dia 3 de maio, conforme a data de nascimento dos beneficiários. 

A primeira parcela, paga no final de março e início de abril, foi referente ao incentivo pela matrícula. Agora, a quantia será creditada nas contas dos estudantes que mantiveram a frequência média de 80% nos três meses letivos, de acordo com controle feito pelas redes de ensino.

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Política

Gato engasgado: veterinária explica o que fazer

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O engasgo para os animais de estimação pode ser bem preocupante. Ao encontrar o gato nessa condição, é importante que o tutor tenha calma e saiba como agir para evitar que complicações levem a consequências mais graves.

Por serem animais bem seletivos, os gatos não têm o hábito de comer qualquer coisa que encontram pelo caminho, porém, os engasgos podem acontecer com a própria alimentação, ao ingerir água, brinquedos, linhas ou bolas de pelo – é importante evitar brinquedos com peças soltas e/ou barbantes.

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