(Por Fernanda Dourado)
Na tempestade do Poder, a areia se move mais rápido do que é possível imaginar. O anúncio do ex-governador e senador Jaques Wagner (PT) sobre a permanência do governador Rui Costa até o final do mandato criou um clima de insatisfação de políticos e legisladores pepistas – já que era “dada como certa” a decisão do vice-governador, João Leão (PP) assumir o Palácio de Ondina. O Bahia Repórter – teve contato com políticos e legisladores da ala que relataram para este veículo de comunicação que irá pressionar a executiva do partido para que uma reunião urgente seja realizada nesta terça-feira (8) ou até mesmo nesta segunda-feira (7).
Segundo informações de bastidores, os políticos da ala não estão nem um pouco contentes com a permanência do governador Rui Costa no governo. Segundo um legislador do PP – que pediu reserva, os parlamentares da agremiação foram pegos de surpresa assim como os legisladores do PT foram surpreendidos – quando foi anunciada a candidatura de Rui Costa ao senado.
“A pressão do PT foi legítima! Não tiramos a razão deles! Agora acontece a mesma coisa com a gente em pouco menos de 10 dias. Precisamos convocar uma reunião com a executiva até amanhã ou hoje! Não é justo. Leão já tinha até feito compromisso público com a candidatura do senador Otto Alencar. Estava tudo certo que Leão ficaria nove meses no governo”, afiançou o político.
Retrospectiva do PP
Fim do retorno das coligações partidárias
O PP é um dos pilares do governo federal. Na Bahia faz parte do tripé do governo estadual. (PT, PSD e PP).
Contudo, a situação da ala tem oscilado bastante neste período eleitoral. O primeiro baque no partido foi o veto ao retorno das coligações proporcionais. De lá para cá, muitas foram as especulações de quem deixaria a legenda – já que com o fim do retorno da coligação o PP a linha de corte para eleger um deputado federal é de 170 mil. A agremiação tem 4 legisladores na Câmara Federal.
Federação
A notícia foi publicada na coluna Painel, da Folha de S.Paulo em outubro de 2021. Segundo a publicação, o PP e PL cogitavam formar uma federação – nova roupagem para a coligação, que deve se estender após o resultado das eleições – para “robustecer a bancada no Congresso e fortalecer a sigla para reeleger o presidente”. Na época, Valdemar Costa Neto, presidente do PL,afirmou que “não existe a menor possibilidade” da federação entre o PL e o PP”.
A possível ida de Bolsonaro para o PP
O namoro de Bolsonaro com o PP baiano também trouxe sérios desgates à legenda no estado. No período, Bolsonaro estava em sua pior fase nas pesquisas eleitorais e sendo criticado diariamente por conta de alguma decisões e explanações sobre o combate a pandemia. Dessa forma, com medo de ter os nomes associado ao presidente, legisladores ameaçaram abandonar o barco.
O alívio
O presidente Jair Bolsonaro se filiou no dia 30 de novembro ao PL (Partido Liberal) em um evento em Brasília. Legisladores do PP respiraram aliviados.
Leão candidato ao governo
Os parlamentares e políticos da ala também comentavam nos bastidores que a insistência de Leão em manter uma possível candidatura ao governo já estava desgastando a legenda. E usaram o termo : “Ele (Leão) está esticando muito a corda”.
O governo de nove meses não chegou
A possibilidade de dar o comando do Palácio de Ondina ao vice-governador João Leão (PP) por nove meses ganhou corpo e declarações públicas na semana passada, mas caiu por terra nesta segunda-feira (7).
Expectativa de aumentar a bancada na Parlamento
A expectativa dos políticos da agremiação era que com a ida de Leão ao governo – o PP que tem 100 prefeituras das 417 – também iria crescer a bancada estadual e federal.
PP vai romper com o governo ?
No calor da emoção, allgumas fontes da ala defendem, sim, o rompimento com o governo do estado, inclusive, não citam apenas uma possível adesão ao ex-prefeito ACM Neto -postulante ao governo, mas, também, criam um cenário com o candidato ao governo da Bahia, João Roma – Ministro de Cidadania – que ainda pontua timidamente nas pesquisas, mas que neste momento alguns pepistas já enxergam mais longe… Bolsonaro cresceu nas pesquisas nas pesquisas e diminui a diferença entre Lula. Dessa forma, segundo uma outra fonte, caso Bolsonaro seja reeleito há uma possibilidade de um baiano no ministério – já que o PP nacional é aliado do presidente e o PP baiano daria palanque ao presidente. Contudo, são defesas de alguns políticos, outros ainda defendem a permanência no governo.