(Por Fernanda Dourado)
A decisão de quem será o candidato do governo ao Palácio Thomé de Souza já foi postergada, algumas vezes, e, provavelmente, será anunciada ainda este mês, caso não seja protelada novamente. O motivo do adiamento? A falta de unidade. De um lado a federação formada pelo PT, PCdoB e PV – que tenta manter a candidatura do deputado estadual, Robson de Almeida, do PT, e indicar a vice ou indicar outro nome da federação como o da deputada estadual, Olívia Santana, do PCDoB.
Do outro lado, o MDB – que já deixou o nome do vice-governador, Geraldo Júnior, a disposição além de ter externado, diversas vezes, insatisfação com a demora na escolha. O escolhido ou escolhida irá enfrentar o atual prefeito, Bruno Reis, que é candidato à reeleição e tem favoritismo por ter um alto índice de aprovação e, também, claro,a máquina na mão. E no meio deste imbróglio o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, que, obviamente, tem o poder de decisão, mas que sofre pressão de ambos os lados, e, posterga a decisão com receio de rachas antecipados e arestas políticas.
A notícia vazada que o martelo tinha sido batido em torno do nome de Geraldo Júnior em uma reunião envolvendo o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o senador Jaques Wagner – causou alvoroço e pressão na base do governador petista e tem, sim, causado ruído – já que ainda não há consenso no Conselho Político.
Recapitulando
Em 2020, a candidatura de Major Denice foi lançada oficialmente no dia 16 de setembro à prefeitura de Salvador. Já em outubro de 2023, não há definição alguma sobre quem será o candidato. As críticas feitas por políticos em 2020 e 2023 são as mesmas. Contudo, o cenário político de 2020 é diferente de 2024. O primeiro ponto é que em 2020, o atual Ministro da Casa Civil, então governador no período, Rui Costa, também foi criticado pelo demora na escolha, mas conseguiu decidir mais cedo que o atual governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues – já que Rui deixou a base livre.
O segundo ponto diferente entre Rui e Jerônimo é a defesa de uma única candidatura da base. Rui Costa defendia que, sim, a base deveria sair com mais opções de postulantes para que, segundo ele, o eleitor tivesse mais opções na escolha. Na época a base governistas se dividiu em quatro candidaturas com as seguintes votações: Major Denice, do PT, ( 228.942) Olívia Santana, do PCdoB, (54.496) Bacelar, do Podemos (11.140), e Sargento Isidório, do Avante( 64.728 ).
Fatiamento da base
Com a base totalmente fatiada, logicamente, não houve ameaça para a hegemonia do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, na capital baiana que fez seu sucessor, sem ter sequer um pouquinho de dor de cabeça conseguiu alcançar a vitória já no primeiro turno, ou seja, Bruno Reis foi eleito com mais de 64,20% totalizando 779.408 votos.
Unidade no grupo
Em relação a unidade do grupo, o governador Jerônimo Rodrigues pensa diferente do posicionamento Rui Costa em 2020. Jerônimo acredita que a base deve, sim, sair unida. Mas o impasse é grande – já que a federação tem batido o pé que a candidatura deva ser orgânica e sair da federação. Já o MDB quer amarrar a candidatura com todos da base e, principalmente, com um (a) vice do PT para manter mais comprometimento com candidatura medebista e buscar a força da militância do PT que, sem dúvida alguma, ajuda bastante.
Apesar de ter vazado a suposta reunião e decisão em torno do nome de Geraldinho, ainda não houve nenhum posicionamento oficial do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. O Chefe do Executivo Estadual tem protelado o anúncio e com as reações imediatas da base, obviamente, protelará, mais uma vez, até acalmar os ânimos dos governistas.