O leilão de 15 aeroportos no país, incluindo o de Congonhas, em São Paulo, deve atrair o interesse da iniciativa privada em agosto, mas o cenário de economia instável e incerteza política às vésperas das eleições pode esfriar a disputa, dizem analistas.
O certame tende a contar com a presença de grandes grupos, e é provável que todos os terminais sejam negociados, mas as dificuldades macroeconômicas e dúvidas sobre o rumo político do país, podem limitar os lances.
Os juros mais altos, que encarecem os investimentos das empresas, e os impactos da pandemia no setor aeroportuário são desafios no radar.
“O leilão vai ser bem-sucedido? Se estabelecermos como critério de sucesso que algum grupo vá bidar [fazer proposta] em cada bloco, acho que vai ser”, afirma o economista Claudio Frischtak, da Inter.B Consultoria.
“Se fosse no pré-pandemia, haveria muita competição. As concessões são de longo prazo, mas há muita incerteza. O custo do capital aumentou. Está mais difícil financiar um projeto hoje.”
“Os leilões de aeroportos estão ficando cada vez mais escassos”, diz Fernando Villela, coordenador do Comitê de Regulação de Infraestrutura Aeroportuária da FGV Direito Rio.