(Por Fernanda Dourado)
A menos de um ano para a sucessão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), as tratativas e articulações apimentam a política nacional. Em 2023, o atual presidente obteve 464 dos 513 votos – quando foi reconduzido para o biênio 2023-2024. A força de Lira dentro do Parlamento Federal é inquestionável, mas não é garantia para fazer sucessor.
O nome favorito do deputado para substituí-lo no comando da Câmara é o de Elmar Nascimento (União-BA). Apesar de estar em seu segundo mandato na Câmara, Elmar já conquistou muito prestígio entre os pares e, claro, utiliza a força de seu padrinho político para tentar consolidar o seu nome à disputa pela presidência. Contudo, Elmar terá que driblar, principalmente, os petistas que, certamente, não querem que um ferrenho opositor na Bahia e ex-crítico do governo Lula, ocupe a terceira maior cadeira do Poder brasileiro. Quando Elmar foi cotado para o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, políticos petistas se articularam para minar a indicação.
O líder do União Brasil, também, terá que enfrentar o fogo amigo dentro do próprio partido. Entretanto, Elmar estará ao lado do político mais forte do Parlamento Federal: o presidente da Câmara, Arthur Lira, que entrará na briga para fazer seu sucessor.
Além de Elmar, outro baiano já está no páreo: o deputado federal, Antônio Brito, líder do PSD na Câmara, que, inclusive, é chamado até de presidente por alguns colegas de Parlamento.
Brito, segundo informações de bastidores, é conhecido por ser um político diplomata além de ter simpatia de governistas e a admiração de oposicionistas. De acordo com um deputado federal, que pediu reserva, Brito, inclusive, pode ser o nome do governo para disputar à presidência da Câmara.
Outra informação que obtive nos bastidores é que Brito tem se articulado, diariamente, inclusive, com o apoio, irrestrito , do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.
A ideia de Brito é construir alianças com os partidos, deputados e seus líderes, dentre eles, o líder do MDB e deputado federal, Isnaldo Bulhões; o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que, inclusive, é pré-candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2025. Brito, também, busca o apoio do PT e de outros partidos de esquerda – já que à presidência da Câmara tem como histórico eleger um deputado de centro. Dessa forma, ele pretende atrair os esquerdistas que, obviamente, preferirão se aliar a um partido mais ligado ao governo.
Vale lembrar que há, também, as negociações com o Senado Federal, que influenciam, mas não são determinantes. O partido de Brito, o PSD, é o maior partido no Senado com 15 dos 81 senadores.
Caso Brito consiga reunir o apoio de todos estes partidos será um candidato muito competitivo e poderá, sim, acirrar a disputa de igual para igual com o deputado, Elmar Nascimento.
*Fernanda Dourado é apresentadora e repórter da Assembleia Legislativa da Bahia; Editora-Chefe do site Bahia Repórter. Escreve neste espaço às quartas-feiras Instagram e TikTok: fernandadouradoreporter