Pesquisas eleitorais e empresas do setor se tornaram alvos preferenciais nas redes sociais da base do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição. A tática, que ganha força à medida que o pleito se aproxima, passa pela circulação de dados falsos sobre intenções de voto, ataques diretos à credibilidade dos institutos e pela divulgação de enquetes sem valor estatístico e fotos de multidões como forma de medir a popularidade do presidente. Em paralelo, em menor número, políticos de diferentes partidos já começam a exibir resultados distorcidos para favorecer aliados e suas pré-candidaturas.
Um caso recente é o de uma pesquisa falsa atribuída ao Paraná Pesquisas apontando Bolsonaro com mais de 70% das intenções de votos em oito dos 27 estados — os resultados foram desmentidos pelo próprio instituto. A publicação, que se espalhou em aplicativos de mensagem, afirma que Bolsonaro venceria no primeiro turno.
Um levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV), a pedido do GLOBO, aponta que, entre 1º de junho e 5 de julho, a mensagem apareceu 35 vezes em 25 grupos de WhatsApp, em um universo de 172 grupos públicos monitorados. Além disso, 91,4% das aparições ocorreram nas duas últimas semanas de análise.